Novamente o Brasil patina
quando há uma tragédia. Trata-se de descaso com o meio ambiente, ou com a vida
de cidadãos? Nada disso. O problema é de legislação. Aliás, como quase tudo de
ruim que o País enfrenta. Com certeza a Vale não quer matar ninguém, nem quer
que a barragem caia – mesmo se nenhum dano pessoal ou ambiental ocorra. É uma
ocorrência que não interessa a ninguém. Sendo assim, por que não se avalia em
profundidade o que causa esses problemas? As barragens não surgiram agora.
Quando, como e por que surgiram? Houve legislação específica? Na ocasião não se
fez uma projeção de crescimento, estruturas e riscos? Em Mariana já havia
obsolescência da legislação. Quem foi responsável pelo desleixo? Caça às bruxas
imediatista só impedirá uma análise mais competente do problema para que não
haja um terceiro caso. Enforcar os dirigentes da empresa impedirá que se use a
experiência deles... Punição? Claro, mas depois de levantar e colocar na mesa,
todos os fatores que contribuíram para a ocorrência. Sem ideologia, nem
revanchismo. O Brasil é um país extremamente complexo, um quebra-cabeças
gigante, onde faltam muitas peças para avançar. Não é se atirando pedras uns
nos outros ou fugindo das responsabilidades que resolveremos os problemas. Para
isso é necessário encontrar a raiz do problema e planejar as soluções.
Enviado ao Estadão em 28/01/2019
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