Sempre leio primeiro a
página A3 do Estadão em busca das visões abrangentes e amadurecidas de quem
dirige um grande jornal como este cuja história de 144 anos remonta aos tempos
do império e à transição republicana, e que se manteve independente, numa única
tradição familiar, até agora. Com esse cabedal de informações captadas ao vivo
e relatadas sem viés, a não ser o nacionalista, o jornal pode ter uma visão
serena, amadurecida e capaz de não se impressionar com imediatismos, modismos
tendo vivido, assistido, analisado e reportado os solavancos dos séculos XIX,
XX e XXI. O que espanta é o prisma sob o qual tem elaborado editoriais após a
eleição do Presidente Bolsonaro. O deste Domingo (06/01) trata da palavra
"ideologia" usada pelo Presidente para referir-se à série de doutrinas
criadas pelo marxismo-leninismo-gramscismo e pela mais recente derivação dessas
doutrinas pelo viés da igualdade – a ideologia de gênero, um artificialismo
ideológico só existente para destruir o livre arbítrio dos jovens e dominá-los
com menos custo. O editorial pretende enquadrar os princípios do bolsonarismo
tais como tratar os bandidos como bandidos, as crianças como crianças, e a
família como constituída de um pai, uma mãe e os seus filhos, da mesma forma,
como uma atuação acentuadamente ideológica, visando desqualificar a equipe e o
próprio Presidente eleito por 10 milhões de votos acima do candidato das
ideologias. Leiam e julguem por si mesmos.
Enviado ao estadão em 06/01/2019
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