A forte
concentração de votos para Dilma nas regiões mais irrigadas pelo Bolsa-Família,
pode não ser mera coincidência. Sendo o BF um programa de partido (PT) e não de
Estado, porém pago com recursos do contribuinte, esse fato chama a atenção e
merece uma consideração de extrema importância. Qual a participação desses
votos nas pesquisas e no resultado final? É legítima uma eleição cujo vínculo
monetário é tão forte em favor de um partido e seu candidato? Sugiro uma urgente
pesquisa pós-eleição, adotando os mesmos parâmetros de segmentação amostral e
quantitativos das prévias, porém com e sem beneficiários do BF. Se os
resultados forem próximos poderemos respirar aliviados, mas se houver
polarização significativa receio que teremos de invalidar os resultados e considerar
essa anomalia num terceiro turno. A democracia é o bem maior, e merece ser
preservada...
Gilberto Dib
Enviado ao Estadão em 30/10/2014