quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

GABINETE ANTICRISES

Toda crise contém perigo e oportunidade. No caso Brumadinho o perigo gerou pânico e reações corretas e incorretas. As incorretas foram das caças às bruxas, ao falatório irresponsável da Comadre Rede. Além das corretas óbvias, como cuidar dos sobreviventes, uma nova atitude surgiu do novo governo: gabinete de crise e mobilização total, até internacional. Muito bem. Mas e a oportunidade? Separadamente do cuidar da ocorrência um outro gabinete deve ser montado: um gabinete anticrises, que se dedique às causas não só da ocorrência como das reações erradas. Esse é o lado preventivo que tem de ser descoberto num ambiente racional, não emocional. Em Brumadinho um dos fatos que aumentaram a tragédia humana foi a sirene, que não tocou. Por que? Tão simples, mas com um potencial terrível. O gabinete anticrises deveria localizar o mais rápido possível a causa desse erro, para determinar imediatamente as ações necessárias para todas as outras milhares de barragens. O gabinete anticrises, assim fazendo, pode encontrar um pelo que, se puxado, pode revelar um camelo...

Gilberto Dib

Enviado ao Estadão em 30/01/2019

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