Embora
possível do ponto de vista legal, um impeachment de Dilma agora pode
deixar um legado de insegurança jurídica para os futuros governantes, diz com
preocupação o ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto. Insegurança para os
governantes? Ora, talvez essa seja a maior contribuição histórica de um
desfecho dessa situação na qual toda a nação, e não só governantes, se sente
insegura. Se um impeachment de Dilma agora teria o efeito benéfico de
assustar os governantes e colocá-los na linha virtuosa da ética, da
competência, da austeridade, da educação, do preparo, da honestidade e da
liderança para um país melhor, para se sentirem seguros, o que teríamos a
perder? O pior governante é o que se sente acima do bem e do mal, todo
poderoso, imbatível, intocável, blindado, dono da verdade, podendo se safar de
tudo apenas dizendo que não sabia... Se houvesse essa insegurança jurídica com
certeza o País não estaria à beira do caos empurrado por uma hipocrisia gigante
por parte do governo, que já teria renunciado. No caso presente é a permanência
do governante no poder que está trazendo insegurança e se revelando pelo índice
de rejeição altíssimo. E não só insegurança, trata-se de deboche ao povo que de
alguma forma se sente traído por um mandatário ilegítimo. Com essa avaliação
sobre o impeachment, vinda de quem veio, não há mais um minuto a perder,
e que finalmente se inverta a polaridade: queremos sim que maus governantes
sintam-se inseguros. Impeachment Já! Viva o Brasil!!!
Gilberto Dib