sexta-feira, 14 de setembro de 2018

NOVA CONSTITUIÇÃO


O vice da chapa de Bolsonaro, Gen. Hamilton Mourão, está se saindo melhor do que a encomenda. A sua proposta de nova Constituição atende uma das absolutas necessidades para consertar o Brasil. Após exatos 30 anos da promulgação da atual carta magna, as regras do jogo estabelecidas em 1988 já se tornaram altamente prejudiciais para um desenvolvimento sustentável do País. Os problemas não estão nos detalhes, nem no tamanho, mas nos princípios fundamentais, que correspondem ao DNA da Nação decorrente. Alguns desses princípios não estão explícitos, mas implícitos e distribuídos na letra de inúmeros artigos, criando o viés constitucional que impede mudanças por simples emendas. Um dos mais graves é o princípio da presunção de inocência, herança do ranço da ditadura que leva à impunidade, aos impasses no STF e à pantomima dos direitos do Lula. Outro é o princípio absolutamente esquerdizante dos direitos grátis, sem qualquer reciprocidade desenvolvimentista, que leva ao absurdo de em um único artigo garantir onze direitos sociais abrangentes para toda a população, por conta do estado, ou seja do contribuinte. Outro é o princípio da tutela do povo pelo grande irmão estado, obrigando-o a votar para "aprender a votar" reconhecendo, mas insistindo em manter, a baixa qualidade do voto que leva aos tiriricas e corruptos da vida. Mais um princípio deletério, dentre outros, é a farsa da soberania popular começando pelo preâmbulo que em vez de declarar que "Nós, o povo brasileiro, promulgamos...", declara "Nós, representantes do povo, em Assembleia Constituinte, promulgamos...", rebaixando descaradamente o povo ao terceiro lugar, nada soberano. Sim, Gen. Mourão. Uma nova Constituição é urgente para salvar nosso País. E desta vez elaborada por cidadãos de notório saber, cujo critério de seleção seja aprovado em plebiscito. Sim. O Brasil tem jeito!

Gilberto Dib

Enviado ao estadão em 14/09/2018

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