O Brasil é realmente um
país surreal. Basta ver as decisões falaciosas e tendenciosas do STF, onde
parece não imperar a racionalidade. Veja-se a absolvição de Gleisi Hoffmann da
acusação de corrupção passiva, por falta de provas, mas excesso de delações...
É a confusão que esse órgão faz dos crimes comuns com os crimes de colarinho
branco. Nos crimes comuns existem provas materiais. Um assassinato, por exemplo
é concreto: há um morto. Alguém o matou. Deve haver uma arma. Deve haver um
motivo específico, etc. Já na corrupção dificilmente há algo concreto, quando
muito uma pilha de dinheiro anônimo. Arma usada: poder político. Motivo: ganhar
dinheiro para aumentar o poder político, para ganhar mais dinheiro. Provas
materiais da corrupção: invisíveis e abstratas, quase sempre destruídas
facilmente e eficazmente. Mas a corrupção se faz por conversas. E muitos
participantes. Conversas. Conversas que fazem sentido, envolvendo conhecimento,
negociações, valores, datas, fatos, ocorrências, coincidências, e... delações!
Delações de comparsas cujos crimes já foram provados e comprovados. Delações
que preenchem lacunas, analisadas com inteligência, lógica, etc.. O caso
Gleisi, com o resultado favorável a ela, servirá de incentivo para muitos
outros, graças à suprema incompreensão das diferenças entre alhos e bugalhos.
Mas há um ponto positivo: esse caso é a prova de que o STF está disfuncional e
prejudicando a Justiça devendo, das duas uma, ser extinto ou reformado de cabo
a rabo! Constituinte Exclusiva JÁ!
Gilberto
Dib
Enviado ao Estadão em 21/06/2018
Publicado no Fórum Online do Estadão em 23/06/2018:
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,forum-dos-leitores,70002362831
Publicado no Fórum Online do Estadão em 23/06/2018:
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,forum-dos-leitores,70002362831
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