As
prisões de Garotinho e Cabral são boas notícias. Mas ao dar-me conta de que
Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, dois dos primeiros nomes da LavaJato já
estão em casa, enquanto Lula, o maior de todos, continua solto, o que me
assalta é a sensação da incompletude, do que não foi até o fim antes de começar
a voltar, de um "coitus interruptus"... Os três estão aí, livres,
podendo trocar experiências e planejar como fazer sem erros da próxima vez...
Mesmo com as prisões, o impeachment, e tudo o que o Juiz Sérgio Moro já
conseguiu, um dos maiores problemas brasileiros continua incólume, como uma
esfinge pronta para nos devorar: a impunidade. Pena máxima de 30 anos com
direito a progressão para 1/6, mostra o tamanho máximo da nossa inteligência. E
esse limite baliza todo o resto. Pena de morte, prisão perpétua, maioridade
penal, são tabus tanto quanto a prisão do Lula. Falta-nos um Trump que tenha
coragem de apontar nossos piores problemas e a direção para resolvê-los. Já
temos um Moro. Talvez nos falte um muro, ou paredão, quem sabe?
Gilberto Dib
Enviado ao Estadão em 18/11/2016
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