Nenhuma
transferência de poder é tão desproporcional como a do voto no Brasil. Em apenas
10 segundos cada um de milhões de cidadãos transfere gratuitamente um poder
quase infinito para meia dúzia de indivíduos que nunca lhe devolvem um
infinitésimo do que recebem. A isso se chama democracia! Pior ainda, porque no
Brasil votar é uma obrigação, não um direito do cidadão. A maioria não está
preparada para votar e sua escolha acontece nos 10 segundos do voto
obrigatório, reduzindo a chance de se elegerem melhores candidatos. Apesar de
tudo, na Câmara a hipótese de mudar o voto para facultativo foi destroçada por
311 a 134 enterrando de vez a esperança dos que pretendiam ver iniciar-se uma
meritocracia com a transferência do poder através de votos voluntários e
esclarecidos. Nenhum jornal dedicou mais que 5 linhas ao anúncio fúnebre dessa
esperança. Que descanse em Paz!
Gilberto Dib
Enviado ao Estadão em 11/06/2015
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