O artigo "Mais um
Grito pela Vida" do Ex-Ministro do STF Eros Grau (03/08, A2), trata a vida
sob um ponto de vista judicial, transformando o Código Penal numa espécie de
bíblia apócrifa. No artigo, o conceito de vida é proposto desde a fecundação,
porque "o útero é a morada da vida". É verdade, mas o mesmo conceito
se aplica na fecundação de um inseto, ou de um peixe, ou de um macaco. O aborto
tem de ser discutido não sobre a "vida" em geral mas sobre a Vida
Humana! Em que momento inicia-se a Vida Humana? Na fecundação? O que é um
"ser humano anencéfalo"? Até as 12 semanas o embrião é parte do corpo
da mulher, não um ser humano. Essa é uma mistificação que prejudica milhões de
mulheres e seres humanos indesejados e mal amados, muitos dos quais morrem
prematuramente e sem dignidade por não saberem lidar com a Vida, que lhes foi
imposta por códigos penais insensíveis.
Gilberto
Dib
Enviado ao estadão em 03/08/2018
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