quarta-feira, 25 de abril de 2018

A LEGALIZAÇÃO DO JEITINHO


Cada vez mais nos convencemos de que o país é vítima de um golpe engendrado por um punhado de indivíduos com um enorme poder. Não um poder físico, não um poder intelectual, não um poder financeiro e nem um poder moral. Apenas um poder legal! As leis brasileiras nos colocam de joelhos perante seus operadores. Os regimentos do STF contém verdadeiras excrecências da lógica como essa de permitir que decisões por 3 a 2, numa "turma" de 5, dentre 11, ou seja uma minoria de 3 x 8 tem poder para anular os acertos da própria lei e manter o País sob o jugo de criminosos. O que significa "juiz natural" para julgar um crime? Qual é a diferença entre um juiz como o Sergio Moro e outro que seria "mais" natural? Quem definiu essas regras, e por quê regras meramente organizacionais de distribuição do trabalho têm o poder de por em risco o bem estar e a qualidade de vida de 200 milhões de seres humanos? Retirar trechos das delações da Odebrecht no julgamento sobre o sítio para justificar o desvio desse julgamento de um excelente juiz para qualquer outro é um verdadeiro, deplorável e ridículo ABSURDO! Será a legalização do jeitinho na jurisprudência do Supremo e a derrocada da justiça! Um verdadeiro vale-tudo! Só reformas estruturais profundas, começando com uma tomada do poder por forças verdadeiramente legítimas e a instalação imediata de um constituinte exclusiva assessorada por grandes instituições internacionais poderá evitar que o Brasil, oitava economia mundial, se torne uma Venezuela!

Gilberto Dib

Enviado ao Estadão em 25/04/18

Nenhum comentário: