Quanto
mais esperneia, mais afunda. O PT, afundando no atoleiro
moral-político-administrativo, tenta todo tipo de golpe baixo para destruir o
inimigo, mas a cada tentativa afunda mais. Durou pouco a nova marotagem com a
Mirian Dutra. Claro que Luiz Inácio deve ter autorizado mais essa baixaria, mas
mais uma vez o Lula dirá que não sabia. Aliás esse é mais um caso da dicotomia
entre o homem Luiz Inácio e o mito Lula: o mito Lula é a persona visível,
audível e carismática que diz que não sabia, mas o homem real Luiz Inácio, que
sabe e manda em tudo, vive nas profundezas da blindagem tantas e tantas vezes
colocada pelo PT para escondê-lo. É como o personagem Dorian Gray, de Oscar
Wilde que ostentava para o mundo uma imagem mítica de juventude e perene beleza
enquanto seus atos devassos encarnavam num retrato que envelhecia e se
embrutecia escondido de todos. Da mesma forma que no livro, com os escândalos,
que estão se revelando, começa a se tornar impossível separar um e outro e já
nem sempre é o Lula mítico que aparece, dando lugar ao Luiz Inácio, que sabe de
tudo e está envelhecido e amargurado. No livro, o próprio Dorian Gray destrói o
retrato e sucumbe com o rosto carcomido do homem real que se escondia no
retrato. É triste mas está acontecendo. Adeus Lula, o mito que nunca existiu...
Gilberto Dib
Enviado ao Estadão em 21/02/2016
Publicado no Jornal impresso em 24/02/2016, Pg. A2.
Publicado no Jornal impresso em 24/02/2016, Pg. A2.
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