Toda crise contém perigo
e oportunidade. No caso Brumadinho o perigo gerou pânico e reações corretas e
incorretas. As incorretas foram das caças às bruxas, ao falatório irresponsável
da Comadre Rede. Além das corretas óbvias, como cuidar dos sobreviventes, uma
nova atitude surgiu do novo governo: gabinete de crise e mobilização total, até
internacional. Muito bem. Mas e a oportunidade? Separadamente do cuidar da
ocorrência um outro gabinete deve ser montado: um gabinete anticrises, que se
dedique às causas não só da ocorrência como das reações erradas. Esse é o lado
preventivo que tem de ser descoberto num ambiente racional, não emocional. Em
Brumadinho um dos fatos que aumentaram a tragédia humana foi a sirene, que não
tocou. Por que? Tão simples, mas com um potencial terrível. O gabinete
anticrises deveria localizar o mais rápido possível a causa desse erro, para
determinar imediatamente as ações necessárias para todas as outras milhares de
barragens. O gabinete anticrises, assim fazendo, pode encontrar um pelo que, se
puxado, pode revelar um camelo...
Enviado ao Estadão em 30/01/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário